terça-feira, 13 de maio de 2014

Eletroterapia para promoção de contração muscular: É possível?

Para aplicar efetivamente a eletroestimulação é importante rever alguns princípios básicos de como os nervos são ativados pelos sinais elétricos e como os músculos se contraem em resposta a esses sinais. É também importante compreender os tipos de fibras musculares, padrões normais de recrutamento de fibras musculares e o modo como esses são revertidos quando se usa a estimulação elétrica (eletroterapia). Será discutida a aplicação prática da estimulação elétrica neuromuscular (NMES) de músculos inervados e da estimulação elétrica muscular (EMS) de músculos desnervados. Ao longo do trabalho será de fácil percepção se o tipo de grupo muscular e a contração consegue ou não o ganho de força muscular.

Tipos de Aparelhos

Há comercialmente um número imenso de aparelhos para estimulação elétrica (usando uma variedade de tipos de correntes) que são vendidos sob uma variedade de nomes. Os aparelhos podem ser portáteis (operados a bateria) ou ligados na rede elétrica e tem havido algum debate sobre qual tipo de aparelho seria melhor para o fortalecimento muscular. Alguns pesquisadores têm argumentado que as unidades ligadas à rede elétrica podem produzir maiores ganhos de força, já que podem causar níveis de força de contração para treinamento mais elevados, particularmente quando usados para grupos musculares maiores como o quadríceps. Contudo, não há evidências claras de que qualquer tipo de aparelho tenha uma eficácia maior. É essencial que o usuário verifique se o aparelho a ser usado tem disponíveis os parâmetros exigidos e adequados para o tratamento.

  • Fortalecimento em condições não-neurológicas


Têm sido propostos dois mecanismos para o fortalecimento muscular com NMES. Primeiro, os ganhos de força podem ser conseguidos da mesma maneira que nos programas convencionais de fortalecimento usando exercícios voluntários, que usam um baixo número de repetições com altas cargas externas e uma alta intensidade de contração muscular (pelo menos 75% do máximo). O segundo mecanismo através do qual o fortalecimento pode ocorrer é o recrutamento preferencial de fibras musculares fásicas do tipo n, que têm um limiar mais baixo para NMES.

  • Estimulação elétrica de músculos saudáveis


Em geral, as evidências das pesquisas, não suportam o uso da estimulação elétrica para aumentar a força ou a resistência à fadiga em músculos saudáveis. Tem sido mostrado claramente que a combinação de estimulação elétrica e exercício não é mais efetiva do que apenas exercício. É importante notar que em geral os efeitos vistos com a NMES foram produzidos com forças de treinamento muito mais baixas do que as usadas no exercício voluntário.
  Há, contudo, alguma controvérsia quanto à NMES ser mais efetiva para o fortalecimento dos músculos abdominais do que o exercício voluntário. Embora a NMES de múltiplos grupos musculares (incluindo a estimulação dos músculos abdominais) do modo usado em clínicas de tonificação muscular tenha se mostrado totalmente inefetiva para o fortalecimento muscular, há alguma evidência de que a NMES combinada com o exercício voluntário possa ser mais efetiva do que o exercício sozinho para o treinamento abdominal em indivíduos saudáveis. Isso pode ser explicado pelo fato de que em muitos adultos saudáveis os músculos abdominais se acham atrofiados ou que o uso de NMES facilita o aprendizado da ativação correta dos músculos abdominais.

  • Estimulação elétrica de músculos atrofiados



A estimulação elétrica para fortalecimento é útil clinicamente para prevenir a atrofia por desuso em casos que envolvem imobilização ou contra-indicações para o exercício dinâmico, no início da reabilitação facilitando a contração muscular, no fortalecimento muscular seletivo ou na reeducação muscular .
Existem muitos estudos que examinaram os efeitos da estimulação elétrica na força em populações de pacientes, por exemplo, após reparo do ligamento cruzado anterior ou em distúrbios patelofemorais. Alguns desses estudos têm mostrado que a NMES (com ou sem exercícios voluntários) causa uma melhora na força maior do que o exercício voluntário sozinho enquanto outros estudos têm mostrado que a NMES é apenas tão efetiva quanto o exercício voluntário quando a intensidade do programa de exercícios voluntários é maior.


Embora os estudos que examinaram o efeito da NMES tenham enfocado em grande parte a reabilitação de lesões de joelho, essa tem se mostrado útil na reabilitação de pacientes com disfunção do assoalho pélvico, que pode levar a incontinência fecal e urinária. A estimulação elétrica foi feita através de uma sonda endoanal usando regulagens de baixa frequência de 20 Hz e de alta frequência de 50 Hz para atividade direcionada para fibras estáticas (de contração lenta) e dinâmicas (de contração rápida) com um tempo de modulação em rampa de 20%. Após 12 semanas de tratamento (uma sessão por semana), a estimulação elétrica combinada com o biofeedback audiovisual da atividade muscular melhorou significativamente as pontuações de continência. Foram encontradas melhoras significativas na incontinência urinaria após 15 semanas de estimulação da musculatura do assoalho pélvico.

  • Estimulação elétrica do músculo desnervado

Apesar de mais de um século de uso de EMS para estimular músculos desnervados, a controvérsia quanto ao seu uso e eficácia ainda permanece. Isso é primariamente devido à variedade de protocolos de tratamento que têm sido usados para avaliar o tratamento. Embora atualmente não haja consenso sobre o ciclo de trabalho que deve ser usado e a frequência de estimulação ou o número de contrações que deveriam ser empregados, sugeriram que a EMS pode protelar a atrofia e as alterações associadas. Contudo, também observaram que não há evidências sugerindo que tal retardo seja significativo em termos da recuperação final.


4 comentários:

  1. Muito boa a postagem. Tudo bem explicado e claro de entender. ( Marina Munaier 4° Período)

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  2. Muito interessante este post que os meninos fizeram.E a cada dia iremos inovar ainda mais com os nossos queridos recursos terapêuticos físicos.
    Danielle Aparecida - 4º período - PUC Minas

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  3. Muito interessante a postagem pois demonstrou que a Eletroterapia pode ser usada com o objetivo de promover a contração muscular em diversos casos e não só em casos de atrofia muscular, como é comum de se pensar.
    Marina Tecia Mercedes 4º Período PUC Minas

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  4. A postagem émuito boa com linguagem clara e de facíl entendimento.A explicação foi muito bem feita e elaborada.
    Cristina-4°período

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