A estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) é uma técnica
não invasiva e indolor, capaz de modular a excitabilidade cortical de maneira
segura. Os efeitos são dependentes da polaridade aplicada e o aumento ou a
diminuição da excitabilidade podem ser obtidos após ETCC anódica ou catódica
(1mA por 5min) , respectivamente.
Segundo a literatura, tanto a ETCC catódica do hemisfério saudável,
quanto a anódica do hemisfério lesionado são capazes de melhorar o desempenho
motor significativamente. Os resultados, entretanto, são dependentes da polaridade
e da área cerebral estimulada (BOGGIO et al, 2006).
O que é Estimulação Magnética Transcraniana? Para que serve? Quando surgiu?
A Estimulação magnética transcraniana
(EMT) é uma técnica conhecida desde o começo dos anos 90 e tem ganhado, nos
últimos anos, destaque devido a sua segurança e possível aplicabilidade para
tratar patologias neuropsiquiátricas com estudos eletrofisiológicos e aplicações
clínicas como a eletroconvulsoterapia. A fim de clarificar os possíveis usos da
EMT e suas variações no campo da clínica como forma de tratamento, procedemos à
revisão da literatura selecionando os artigos nas áreas em que a técnica de EMT
já tem sido utilizada: AVC, Dor, Doença de Parkinson e Depressão. Essas doenças
apresentam elevada morbidade, possuindo grandes implicações na qualidade de
vida devido ao elevado grau de incapacidade associado e ao fato de ainda
carecerem de métodos terapêuticos totalmente eficientes. Nesse contexto, a EMT
surge como ferramenta promissora, apresentando bons resultados, os quais
fornecem margem para aplicações diretas na prática clínica, (BOGGIO
et al, 2006). Porém, é
necessário o desenvolvimento de mais estudos randomizados, para se padronizar e
aperfeiçoar as abordagens dessa técnica no tratamento de tais patologias. Porém, é necessário o desenvolvimento
de mais estudos randomizados, para se padronizar e aperfeiçoar as abordagens
dessa técnica no tratamento de tais patologias.
A EMT e a EMTC merecem
aperfeiçoamento no uso. Por serem utilizadas para o tratamento de doença de
Parkinson que é uma doença degenerativa, crônica e progressiva, ocorrida pela
perda de neurônios do sistema nervoso central na substância negra com depleção
de dopamina, ela causa uma ativação anormal dos gânglios da base e áreas
corticais, incluindo o córtex motor primário (M1) e o córtex pré-frontal. As
disfunções motoras são mais óbvias ao olho clínico que as variações dos
problemas não motores, incluindo nesse caso os distúrbios de humor e
cognitivos. Ainda são doenças incuráveis e, mesmo com o tratamento
farmacológico, o uso de L-Dopa e procedimentos neurocirúrgicos de estimulação
cerebral profunda, possuem limitações importantes que tornam necessária a
abordagem de novas técnicas terapêuticas.
O uso da EETC
ou da EMT pode ser
considerado uma boa alternativa terapêutica à estimulação cerebral profunda
para a doença de Parkinson. A literatura aponta que o primeiro estudo com EMT
em Parkinson ocorreu por volta de 1994, e que durante a estimulação a 5Hz em
neurônio motor, houve melhora do tempo de reação dos movimentos.
Estudos que utilizaram do córtex motor
primário para a estimulação e a bobina em forma de oito, obtiveram como
resultados (redução da rigidez e da bradicinesia contralateral a estimulação e
melhora da fala. A freqüência de estimulação nesses casos variou entre 0,5 e
25Hz. Quando a estimulação ocorreu em córtex pré-motor, houve normalização do
potencial motor evocado em pacientes com uso de medicamentos, mas não houve
efeito em pacientes sem medicação, sendo que a variação de estimulação foi
entre 1 e 5Hz.
Na
imagem acima apresentamos o Organograma do tratamento fisioterápico da doença
de Parkinson, lembrando que é importante ressaltar que juntamente com o
tratamento fisioterápico o tratamento farmacológico também tem grande importância
para alcançar bons resultados.
Referências:
Araújo
HA, Iglesio RF, Correia GSC, Fernandes DTRM, Galhardoni R, Marcolin MA,
Teixeira MJ, Andrade DC. Estimulação magnética transcraniana e aplicabilidade
clínica: perspectivas na conduta terapêutica neuropsiquiátrica RevMed (São
Paulo). 2011 jan.-mar.;90(1):3-14.
Muito interessante!
ResponderExcluirBoa Tarde , esta técnica pode ser utilizada por fisioterapeutas ?
ResponderExcluirSim. Essa técnica foi liberada para o uso dos fisioterapeutas em 2014:
ExcluirACÓRDÃO Nº 378, DE 29 DE AGOSTO DE 2014: Os Conselheiros do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, reunidos na 245ª Reunião Plenária Ordinária, no uso de suas atribuições e disposições regulamentares conferidas pela Lei nº 6.316, de 17 de dezembro de 1975, e pela Resolução nº 181, de 25 de novembro de 1997, ACORDAM em: Aprovar, por unanimidade, a normatização do uso das seguintes técnicas no exercício da Fisioterapia: (i) estimulação magnética Transcraniana e (ii) estimulação transcraniana por corrente contínua, conforme parecer técnico, infra aduzido, que fará parte integrante do presente acórdão.
Gostei desse assunto , bastante interessante
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