Caro (a) leitor (a),
provavelmente você se identificará com a seguinte situação: andando
tranquilamente e em questão de segundos ”torce o pé”. Sentiu dores, não
conseguia apoiar o pé afetado no chão e notou inchaço, e posteriormente
equimose na região do tornozelo? Este incidente é muito comum no dia a dia, uma
pesquisa realizada no Reino Unido, indica que este incidente acontece em uma a cada 10.000 pessoas da
população geral, isto é, cerca de 5.000 lesões por dia. Sabe-se ainda que entorse de tornozelo seja uma das
lesões mais comuns entre os atletas, correspondendo a 20% de todas as lesões
musculoesqueléticas e mais de 30% de todos os esportes.
A
articulação do tornozelo apresenta pouca congruência, uma vez que, a parte
distal da fíbula se articula com a tíbia em forma de pinça, este complexo
articula-se com a parte proximal do tálus. Os componentes ativos (músculos) e
os passivos (cápsula, tendões e ligamentos) são as estruturas responsáveis por
manter a sincronia dos movimentos articulares. Os ligamentos são as estruturas
mais acometidas no momento da entorse e a integridade destes que permitem
classificar a entorse em graus:
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A maioria das
entorses de tornozelo ocorre no movimento de inversão, estirando o ligamento
talofibular anterior.
Por
que?
Acontecem
em inversão basicamente por dois motivos; o primeiro, é o fato de o maléolo
lateral ser “mais baixo” que o maléolo medial isto dificulta que o pé virar
para fora, e segundo, é o fato de o ligamento deltoide (medial) ser mais resistente e proteger a
articulação na porção medial em contrapartida, a região lateral é protegida por
três finos ligamentos: Talofibular posterior, calcaneofibular e talofibular
anterios, este último é o mais acometido dos três, porque ele é o menos espesso
dos três.
Isso
não quer dizer que as entorses em eversão não ocorrem, pelo contrário, elas
acontecessem, no entanto são mais raras.
Medidas
Nos casos de entorse, quanto mais rápida
a intervenção melhor o prognóstico e melhor a redução no tempo de tratamento.
No caso das entorses leves (grau 1), o
próprio paciente pode intervir. Realizando as seguintes indicações:
Gelo: o efeito benéfico do gelo na entorse consiste
na não progressão do edema e analgesia,
subsequentes à lesão. A diminuição da temperatura local por meio do gelo tem
por efeitos a vasoconstrição dos capilares e a diminuição do metabolismo dos
tecidos lesados. Com isso, previne-se o extravasamento de líquido para o espaço
intersticial, o que diminui o edema na região articular. O frio também diminui
a velocidade de condução dos impulsos nervosos, diminuindo a dor. No entanto,
para que a ação preventiva do gelo possa ser alcançada, sua aplicação deve ser feita
imediatamente, entre 1 e 20 minutos após a ocorrência da lesão.
A aplicação de gelo deve seguir
alguns cuidados: O tempo de tratamento deve ser aquele em que o indivíduo tem a
sensação de resfriamento do local, ou seja, não é interessante que o mesmo
relate que não dormência; A temperatura mínima deve ser de 10º. Bolsas térmicas
não são muito indicadas uma vez que não se sabe a qualidade do gel e a sua
eficácia de resfriamento, o ideal é triturar o gelo. Deve-se ainda, isolar a
compressa do ambiente para que o gelo não derreta rapidamente.
·
Compressão: o efeito básico da
compressão ou da pressão externa é aumentar a pressão fora dos vasos e, com isso,
auxiliar a reabsorção do fluido extravascular pela circulação venosa. Essa
compressão deve ser local e aplicada minutos após a lesão, durante um período
de, no mínimo, 24 horas. As faixas elásticas e as botas infláveis são as formas
de compressão mais utilizadas atualmente.
·
Elevação: o efeito da elevação na entorse está
diretamente relacionado ao conceito de pressão hidrostática. Pressão
hidrostática é a pressão resultante do peso da água em um recipiente. A
elevação combate o edema durante a fase aguda da entorse, uma vez que auxilia
na diminuição da pressão hidrostática nos capilares lesados.
·
Repouso: o repouso da articulação, ou melhor, a ausência
de atividade motora e descarga de peso no tornozelo durante a fase aguda
seguinte à lesão evita que a mesma seja agravada.
Caso persistam dores e sintomas, procure médicos ou
fisioterapeutas, uma vez que eles saberão a melhor conduta e podem se amparar
de exames complementares.
Lesões mais graves (graus 2 e 3) devem ter acompanhamento de
profissionais. Uma vez que ocorreu ruptura de alguma estrutura e a dor é intensa. Há inúmeros recursos para tratamento, sendo
o laser um instrumento bastante utilizado.
Laser
O Laser tem propriedades terapêuticas
importantes como: Promover um aumento na microcirculação local, na circulação
linfática, proliferação de células epiteliais e fibroblastos, assim como
aumento da síntese de colágeno.
Vale ressaltar que, antes da aplicação, a
área a ser tratada deve ser higienizada assim como a caneta de aplicação do
laser; o uso dos óculos protetores, tanto pelo terapeuta como pelo paciente, é
fundamental; a distância entre a área de tratamento e a caneta deve ser a
mínima possível, para que a luz não seja refletida e penetre no tecido e
interaja com a estrutura lesionada.
Atenção
fisioterapeuta:
Os protocolos de
utilização do laser terapêutico devem considerar a fase do processo
inflamatório em que o paciente se encontra. E ainda, O número de pontos irradiados depende do tamanho da área a ser tratada.
Muito interessante o fato de que a aplicação do gelo deve ser imediata... Isso não é observado pela maioria das pessoas, que a realiza em um longo tempo posterior à lesão. Mas surgiu uma dúvida. Por que deve-se triturar o gelo?
ResponderExcluirPra aumentar a área de contato entre o gelo e a pele
ExcluirPara aumentar a área de contato entre o gelo e a pele
Excluirquanto tempo em media, deve durar a aplicação do gelo para efeito terapeutico?
ResponderExcluir20 minutos
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