quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Eletroterapia e Contração Muscular - Parte II


Corrente Aussie



           Também conhecida como corrente Australiana, a corrente Aussie é uma corrente elétrica terapêutica alternada com frequência na faixa de kHz, que apresenta grandes semelhanças com à terapia interferencial e corrente Russa. Para obter uma estimulação motora, deve ser visado, rampa com tempo de subida, sustentação, descida e repouso; com intensidade suficiente para ser visível a contração da musculatura e o tempo de terapia deve por volta de 20 minutos, ou ser trabalhado com número de contrações por sessão;



Parâmetros
Frequência
30 a 80 pps
Duração de pulso
200 a 700 µs
Amplitude
limiar motor
Rampas (Rise e decay)
1 a 3, ou 1 a 5 (varia de acordo com o que já foi dito)
Tempo ON
mínimo de 10 s
Tempo OFF
mínimo de 30 s
Duração do tratamento
calcula de acordo com o número de séries e repetições a serem feitas.
Para treinamento de força é importante que o tratamento seja feito pelo menos 2x por semana, o tamanho dos eletrodos depende do tamanho do músculo a ser estimulado.




Contra Indicações:

Não existe contra indicação específica, mas algumas precauções devem ser tomadas, como: marcapasso, grávidas, pacientes com problemas cardíacos, fraturas ósseas (recentes), hemorragia, flebite, tromboflebite, embolia, processos infecciosos, câncer, implantes metalicos, lesões (musculares, tendinosas e ligamentares), varizes, hipertensão arterial, áreas de sensibilidade alterada, problemas renais crônicos. 







Corrente Pulsada de Alta Voltagem

  
    Surgiu visando diminuir os efeitos das correntes polarizadas. Ela é uma corrente polarizada só que com duração de pulso muito pequena, que consequentemente induz efeitos eletroquímicos muito menores comparados as correntes polarizadas. Essa corrente possibilita então uma estimulação relativamente agradável, capaz de atingir as bras nervosas sensoriais e motoras, além das responsáveis pela condução de impulsos nociceptivos. Ela não é utilizada para iontoforese, não estimula músculos denervados e nem grandes grupos musculares.








Parâmetros para a Contração Muscular
Frequência
30 a 80 pps
Duração de pulso
200 a 600 µs
Amplitude
Limiar motor
Rampa/raise
1 a 5 seg
Rampa/decay
1 a 5 seg
Tempo ON
8 a 12 seg
Tempo OFF
30 a 120 seg
Tempo
calcular o tempo necessário para a realização de 1 série, com 10 contrações, cada uma com duração de 10 seg (tempo ON).


Contra Indicações:
As contra indicações não são específicas, mas funcionam como precauções, como, altas intensidades em locais próximos ao coração, aplicação direta sobre o seio carotídeo, sobre processos infecciosos, pacientes com alteração de sensibilidade, tromboflebite, marcapasso, obesos.





Utilização do protocolo P.R.I.C.E

O protocolo P.R.I.C.E ( protection, rest, ice, compression and elevation), tem como objetivo recuperar o mais rápido possível uma lesão, minimizando a formação edemas e aliviando a dor. Esse método é muito simples e consiste basicamente em cinco passos, que qualquer pessoa tem condições de seguir. Esses passos são:
Proteção: O indivíduo deve proteger a área afetada para evitar um dano ainda maior. Recomenda-se o uso de muletas, órteses e dispositivos de imobilização em geral.
Repouso: É importante para que não haja esforço e sobrecarga sobre a lesão e não atrapalhe a recuperação, alem também de não expor o membro afetado a lesões secundárias, permitindo assim um reestabelecimento mais eficiente da área lesada.
Gelo: A aplicação do gelo após a lesão aguda é algo que não havendo consenso nos estudos científicos quanto a melhor forma de ser aplicada e quanto a duração da aplicação. O objetivo é evitar a progressão do edema, diminuir a dor local e os espasmos musculares. A aplicação do gelo deve ser feita de 15 a 20 minutos, com intervalos de 2 horas. O gelo deve estar envolvido envolvido em um pano ou plástico. Caso seja aplicado diretamente sobre a pele pode causar queimaduras devido a baixa temperatura.
Compressão: A compressão é muito útil pois auxilia na drenagem do edema. Quando uma região é comprimida, os espaços disponíveis para o edema são reduzidos e, consequentemente, o inchaço também.  Essa compressão  pode ser feita por meio de bandagens, é necessário certificar-se de que não esteja muito apertado, caso esteja, devemos remover a bandagem e recolocar novamente, porem um pouco mais frouxa.
Elevação: Elevar o membro ajuda no retorno venoso, com consequente diminuição do edema. Essa drenagem ocorre de maneira mais eficaz caso o segmento em questão esteja acima do nível do coração.

     É recomendado que o método P.R.I.C.E seja utilizado logo após a lesão, quanto mais cedo for feito a aplicação dos procedimentos acima melhores serão os resultados.    

Eletroterapia: tem ou não eficácia na melhora da qualidade de vida de indivíduos com DPOC?

A DPOC é caracterizada pela obstrução do fluxo aéreo expiratório, denominadas enfisema pulmonar e bronquite crônica. Devido a essa obstrução os pacientes portadores de DPOC sofrem prejuízos na mecânica pulmonar e na musculatura esquelética periférica e respiratória, representando um fator essencial na dispneia, o que acarreta uma intolerância ao exercício de intensidade variável relacionada a disfunção muscular.

Alguns estudos realizados mostram a eficiência da intervenção de eletroterapia diante da doença. Métodos de eletroestimulação neuromuscular vêm sendo utilizados na fisioterapia para reabilitar o músculo diafragmático e melhorar a ventilação pulmonar em pacientes que apresentam distúrbios respiratórios.


Os RTF's que estimulam a contração muscular (ex: corrente russa, FES, corrente interferancial) podem ser utilizados, sendo aplicados nos pontos motores do músculo diafragmático para o ganho de força muscular respiratória através de eletroestimulação neuromuscular, tanto na musculatura inspiratória como na musculatura expiratória, com correntes de média frequência, pois mostraram mais eficiência no aumento da força muscular, por promover menos fadiga muscular, e por ser mais agradável do que correntes de baixa frequência.

Estudos comprovam que indivíduos com DPOC que possuem uma boa qualidade de vida, como bom estado nutricional, que não possuam patologias cardiovasculares, distúrbios esqueléticos, sensoriais e psicossociais, possuem um bom resultado no tratamento quando este é relacionado com o uso de eletroterapia. E para que ainda se obtenha um melhor resultado, exercícios que trabalhem a musculatura respiratória e abdominal irão desencadear diminuição da sensação de dispnéia e melhora com relação ao comprimento versus tensão do diafragma.