quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Eletroterapia e Contração Muscular - Parte I

Eletroterapia

A Eletroterapia é o uso de correntes elétricas de baixa e média frequência dentro da terapêutica; levando em consideração alguns parâmetros, como: resistência, intensidade, voltagem, potência e condutividade. 
Professora Doutora Angélica Rodrigues Araújo


Contração muscular

A contração muscular é um deslizamento das fibras musculares respondendo a um estímulo nervoso. O estímulo é normalmente um impulso, que por meio de um nervo chega até a membrana das fibras musculares, através de uma propagação.

 

Eletroterapia e Contração Muscular

Este quadro faz uma comparação da contração voluntária e da contração involuntária da estimulação elétrica.



·         Corrente FES: Realiza a contração muscular através da estimulação elétrica, por meio da despolarização do nervo motor, realizando uma resposta na unidade motora do músculo, produzindo uma contração eficiente. Para que ocorra a contração a fim de obter no músculo denervado um movimento funcional é necessário uma seqüência de estímulos programadas com uma certa duração com repetição e freqüência apropriadas, essa série de estímulos é chamada de trem de pulso. O tempo entre dois trens de pulso e o período de repouso devem ser observados a fim de permitir o controle das contrações musculares, para que não ocorra fadiga muscular.


Parâmetros
Frequência
30 a 80 pps
Duração de pulso
200 a 600 µs
Amplitude
Limiar motor
Rampa/raise
1 a 5 seg
Rampa/decay
1 a 5 seg
Tempo ON
8 a 12 seg
Tempo OFF
30 a 120 seg
Tempo
calcular o tempo necessário para a realização de 1 série, com 10 contrações, cada uma com duração de 10 seg (tempo ON) ou 1 hora, 3-5 vezes por semana.

Polaridade
O polo mais utilizado para a contração muscular é o negativo, chamado eletrodo ativo, pois despolariza os tecidos excitáveis mais facilmente.

Os Eletrodos devem:
- O tamanho do eletrodo depende da resposta que se deseja obter, da tecnica usada, do tamanho do músculo e o local onde será aplicado.
- Não permitir que haja irritação na pele.
- Manter um contato com a pele;
- Em todos os pontos a corrente deve ser conduzida uniformemente;

Contra Indicações
Não se deve usar em pacientes com: marca passo, lesão periférica do nervo, qualquer tipo de implante eletrônico, áreas do corpo com sensibilidade alterada e área cardíaca.



  • Corrente Russa: É um recurso da eletroterapia realizado por impulsos elétricos associado a movimentos musculares.  Normalmente é aplicado com o objetivo de enrijecer e tonificar a musculatura, elevando a capacidade muscular, porém devemos atentar para o fato de que ela deve ser usada em conjunto com exercício físico e não como uma alternativa para substituir o exercício. É usada na fisioterapia para auxiliar no ganho e recuperação de força muscular, reabilitação de atletas, melhoria do sistema circulatório (fluxo sanguíneo), e na fisioterapia dermato funcional com a finalidade de atuar no combate à flacidez.

Parâmetros
Frequência
30 a 80 pps
Duração de pulso
200 a 600 µs
Amplitude
Limiar motor
Rampa/raise
1 a 5 seg
Rampa/decay
1 a 5 seg
Tempo ON
8 a 12 seg
Tempo OFF
30 a 120 seg
Tempo
calcular o tempo necessário para a realização de 1 série, com 10 contrações, cada uma com duração de 10 seg (tempo ON).

Contra-Indicações
Não existe contra indicação específica, mas algumas precauções devem ser tomadas, como: o paciente não deve fazer uso de marca passo, não deve ser aplicada em gestantes principalmente nos primeiros meses , quando aplicada na região da boca ou do pescoço usar menor intensidade, casos de câncer, inflamações nas articulações (fase aguda), lesões (ligamentar, tendinosa, muscular), fraturas ósseas, flebite, tromboflebite, embolia e hemorragias.

Eletroterapia em cicatrização de feridas - Parte I

A eletroterapia consiste no uso de correntes elétricas no corpo, com o principal objetivo de produzir sobre ele, reações biológicas e fisiológicas, capazes de promover alterações celulares que auxiliam no tratamento de determinados sintomas. Além disso, quando aplicada externamente no corpo, pode intensificar o processo de cicatrização tecidual.
Dentre os diversos recursos que podem ser utilizadas na eletroterapia, seja para controle de dor, redução de edema, e outros, encontram- se abaixo dois tipos de recursos que podem auxiliar o processo de cicatrização de feridas:

LASER

O Laser pode ser utilizado para auxiliar o processo de cicatrização de feridas; assepsia do local para diminuir a atividade microbiana; diminuir o processo inflamatório e consequentemente, promover analgesia. Além disso, não possui um efeito térmico, ou seja, não gera calor ou frio.

Para tratar as lesões, utilizamos o laser de baixa intensidade, que pode diminuir o tempo de tratamento de 1,5 a 2,5 vezes. Sua ação promove a cicatrização através do aumento da atividade das células, principalmente as células conhecidas como fibroblastos, que são muito importantes para a formação do colágeno, que por sua vez, cicatrizam as feridas.

        A aplicação do Laser sobre a região onde há ferida proporciona também a formação de novos vasos sanguíneos no local, e uma consequente vasodilatação, estimulando assim, os tecidos de granulação e favorecendo a cicatrização. Deve-se então, selecionar o comprimento de onda (luz visível – tecidos superficiais/ luz infravermelha – tecidos profundos), e determinar a dose a ser administrada: 1 a 10 J/cm2 para efeitos estimulantes ou 10 a 20 J/cm2 para efeitos inibitórios. 


Contra indicações:

O laser não é indicado para pessoas que apresentam processos neoplásicos, gravidez, presença de marca- passo (o tratamento pode ser aplicado em outras áreas do corpo, exceto na região do tórax). Além disso, não se utiliza na retina, em áreas de hemorragia e inflamação cutânea.

 Geralmente, sem a aplicação do laser, o período de cicatrização dessa ferida se torna maior. A eficácia do tratamento de cicatrização depende de alguns parâmetros que são estabelecidos de acordo com o tamanho e a profundidade da área que será tratada, além do tempo de aplicação do laser, a velocidade dos movimentos das mãos com a caneta aplicadora, a distância da caneta à região, e a posição da caneta que deve ser sempre perpendicular ao tecido, dentre outros.


Como o TENS interfere no tratamento da Fibromialgia?

Fibromialgia é uma patologia crônica, que ocorre de forma misteriosa ou associada a outras doenças. É caracterizada por níveis elevados de dor musculoesquelética generalizada, ansiedade e depressão, apresentando uma piora na qualidade de vida do paciente.
É importante destacar o papel da fisioterapia no tratamento de pacientes com fibromialgia. O tratamento visa minimizar a dor e otimizar as habilidades funcionais do paciente, a fim de este possa exercer suas atividades cotidianas da melhor forma possível, aliada a redução dos demais sintomas que o acometem, a exemplo da depressão.

O foco principal do tratamento da fibromialgia é a dor, o que revela necessário a utilização do recurso terapêutico TENS – Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea. Trata-se de “método de produzir alívio de dor pela aplicação de uma onda retangular bifásica de pulso através de eletro dos na pele” (RORIZ et al, p.180).
A forma das ondas elétricas do TENS são caracterizadas como: um pulso bifásico simétrico ou assimétrico balanceado, com componente contínuo igual a zero para minimizar a irritação na pele. Todavia, ainda não há comprovações qual forma de onda ótima para o tratamento da dor. As unidades podem funcionar com estimulação de baixa frequência/alta intensidade, que será a estimulação a ser relacionada com a Fibromialgia.

Em casos específicos de patologias dolorosas como Fibromialgia, o TENS pode ser utilizado diariamente pelo paciente. O paciente pode adquirir um aparelho portátil de TENS, (encontrado no mercado com o nome de Neurodyn Portátil TENS), levá-lo ao seu fisioterapeuta para modular o aparelho corretamente e receber as instruções para a utilização do mesmo, descartando a possibilidade de sobrecarga no tecido.

Conclui-se que o TENS exerce papel importante no tratamento da Fibromialgia, já que o recurso terapêutico alivia a dor e otimiza a qualidade de vida do paciente, permitindo que este realize suas atividades.