domingo, 19 de outubro de 2014

Ondas curtas na capsulite adesiva



O objetivo principal da fisioterapia é melhorar o desconforto e restaurar a mobilidade e função do ombro.

Neste processo de recuperação podem ser usadas várias modalidades terapêuticas como o ondas curtas. O principal efeito na aplicação das ondas curtas é o aquecimento em tecidos mais profundos que pode ser utilizado em estágios crônicos desta patologia onde o processo inflamatório agudo já cessou.

Este recurso é aplicado somente no estágio crônico, pois há estudos existentes que contraindicam o uso do aquecimento mais acentuado em processos inflamatórios agudos por desencadear outra reação inflamatória. Deve-se ter cuidado com a dosagem/parâmetros na aplicação do ondas curtas para não haver danos ao tecido.



No tratamento da capsulite adesiva é utilizado o recurso com aquecimento moderado promovendo um aumento da elasticidade das fibras de colágeno para aliviar a dor e facilitar as mobilizações e o ganho de amplitude na articulação.

           Alguns resultados terapêuticos desejados pelas ondas curtas na capsulite adesiva são:

Aumento o fluxo sangüíneo local                                                                                                            Aumenta a extensibilidade do tecido colagenoso profundo                                                           Diminuição da rigidez articular                                                                                                                Quebra do ciclo dor-espasmo-dor na musculatura periarticular

O recurso de ondas curtas atua como coadjuvante no tratamento fisioterápico facilitando a aplicação das técnicas de cinesioterapia, ganho de ADM e mobilizações articulares.


A literatura relata que os recursos terapêuticos físicos, como o ondas curtas, associados a técnicas ortopédicas de bloqueio do nervo supra-escapular podem auxiliam na redução da dor e edema. Entretanto o ponto chave no tratamento da Capsulite Adesiva do ombro é a cinesioterapia, que atua para devolver a mobilidade do ombro e assim recuperar a função, possibilitando uma melhor qualidade de vida. 


Capsulite adesiva (ombro congelado)


A capsulite adesiva, conhecida popularmente como ombro congelado, é uma patologia extremamente dolorosa causada por uma inflamação na cápsula articular gerando limitação dos movimentos do ombro.
A causa desta inflamação não é exatamente conhecida. Sabe-se que ela é muito comum em pessoas com distúrbios hormonais, como o diabetes e as doenças da tireóide, porém pode ocorrer em pessoas sem essas alterações. Ela também pode se desenvolver em pacientes que permanecem com o ombro imobilizado por um período longo ou em pacientes com hérnia de disco cervical.
A capsulite é considerada uma doença autolimitada, que se cura mesmo sem tratamento. Porém essa cura pode levar de 2 até 3 anos com dor e limitações muito significativas.
Segundo Neviaser (1987), existem quatro estágios de evolução da Capsulite Adesiva do ombro, sendo:

- 1º Estágio de Pré-Adesão: caracterizado uma reação inflamatória sinovial que só pode ser detectada por visualização artroscópica.
- 2º Estágio de Sinovite Adesiva Aguda: caracterizado por sinovite proliferativa e formação de aderências.
- 3º Estágio de Maturação: caracterizada por redução de sinovite com perda da prega axilar.
- 4º Estágio Crônico: as aderências estão totalmente estabelecidas e são marcadamente restritivas.

Entretanto podem ser observados três estágios clínicos da patologia:

- Fase I: estágio em que se observam os sinais característicos de uma inflamação aguda como a dor intensa ao repouso que restringe os movimentos do ombro, principalmente de rotação externa com abdução. Esta fase pode ser confundida facilmente com outras patologias como bursites e tendinites.
- Fase II: se instala um padrão capsular com restrição da amplitude de movimento do ombro em rotação externa maior que a limitação na abdução, e esta maior que a limitação da rotação interna. Nesta fase a dor é menos intensa e aparece somente ao movimento.
- Fase III: conhecida como fase do descongelamento, há uma melhora gradativa da amplitude de movimento e redução da dor facilitando o retorno a função.