A
dor do câncer
A
Sociedade Internacional para o Estudo da Dor define dor do câncer como: "uma experiência sensorial e
emocional desagradável, que é descrita em termos de lesões teciduais, reais ou
potenciais. Assim, a dor é um fenômeno individual, complexo e de várias causas.
O
fisioterapeuta é um dos profissionais que trabalha de forma direta com o
paciente oncológico, não só durante seu processo de reabilitação, mas também na
fase paliativa da doença, quando a dor é o sintoma mais frequente e causa de
sofrimento desse paciente.
Uso
de Recursos Terapêuticos Físicos
Os recursos mais citados como coadjuvantes no
controle desse tipo de dor são estimulação elétrica nervosa transcutânea
(TENS), termoterapia, crioterapia, massagem terapêutica e cinesioterapia, além da orientação
específica aos pacientes, cuidadores e familiares.
Essa
associação de estimulação elétrica pode ajudar na redução da medicação
analgésica e, consequentemente, minimizar os efeitos colaterais causados a
longo prazo. No entanto, os resultados da literatura demonstraram que os
estudos desenvolvidos, até agora, não oferecem evidências suficientes para
recomendar ou rejeitar a utilização dos recursos citados para o controle da dor
do paciente com câncer. Estudos mais controlados com metodologias adequadas são
necessários para que a fisioterapia possa desenvolver sua prática baseada em
evidências.
Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea
A
estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), é um método que utiliza a
corrente elétrica para induzir analgesia. Os eletrodos são acoplados à pele,
através de uma fina camada de gel, para permitir a transmissão dos impulsos
elétricos para a região a ser estimulada. Os impulsos aferentes da dor ascendem
pelas fibras nervosas A delta e C e são controlados por um mecanismo localizado
na medula, ocorrendo a interrupção na passagem dos impulsos da dor, quando os
mesmos são estimulados pelas fibras nervosas de tato. Assim, o TENS pode
estimular as fibras sensoriais, e induzir analgesia. Esse processo de redução
ou minimização da transmissão da dor é conhecido como neuromodulação. Além da participação do mecanismo espinhal na
analgesia induzida pela TENS, alguns estudos mostram que a estimulação elétrica
nervosa transcutânea é capaz de ativar o sistema descendente inibitório da dor,
e modular a atividade dos neurônios de transmissão situados na medula a partir
da liberação de opióides endógenos (“analgésicos do próprio corpo”).
Frequentemente,
a TENS é usada na clínica, associado ao tratamento medicamentoso e a outras intervenções,
em processos inflamatórios agudos e crônicos. Pode ser utilizada com segurança
em pacientes oncológicos, desde que aplicada em locais onde a pele esteja
íntegra e a sensibilidade esteja preservada.
Estudos de experimentação básica mostraram que
a TENS de baixa frequência é menos efetiva em animais tolerantes à morfina, quando
comparada a TENS de alta frequência. A partir destes relatos, é possível
observar que, pacientes em uso crônico de morfina podem não se beneficiar da
analgesia induzida pela TENS de baixa frequência. Em situações de uso crônico
da morfina, a TENS indicada deve ser a de alta frequência (maior que 50 Hz),
por apresentar outro mecanismo de analgesia. Com a redução da dor, o paciente
aumenta o seu nível de função e atividade, pode participar de programas de
exercícios físicos e melhorar a sua qualidade de vida. É um recurso não
invasivo e de fácil aplicação, que pode ser utilizado em pacientes jovens,
adultos e idosos, com possibilidades de induzir analgesia prolongada. Não
provoca efeitos colaterais, tem pouquíssimas contra-indicações, e não apresenta
custo elevado.
Muito interessante! Um recurso que pode ser associado ao tratamento do câncer e que não somará outros efeitos colaterais é muito importante na vida de um paciente oncológico, pois quanto menor os efeitos colaterais melhor a qualidade de vida do indivíduo. Josafa Santos.
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