A Neuromodulação é a alteração/modulação
do sistema nervoso por estímulos elétricos. É muito útil no tratamento de
patologias dolorosas e de patologias decorrentes do funcionamento defeituoso de
alguns órgãos.
A neuromodulação é utilizada pela
medicina há bastante tempo, porém de forma mais invasiva. Com
os avanços tecnológicos, métodos não invasivos para promovê-la têm sido
desenvolvidos como, por exemplo, os que envolvem o uso de eletroterapia.
Na fisioterapia, a neuromodulação é
usada para tratamento da dor há muitas décadas, atingindo várias formas de
analgesia, podendo ser de efeito imediato ou duradouro. Entretanto,
nos últimos anos, a eletroterapia também tem sido utilizada para tratamento da
disfunção de órgãos, como a bexiga da incontinência urinária.
Incontinência urinária
É toda perda
involuntária de urina que causa problemas físicos e sociais. Uma de suas
condições clínicas é chamada de síndrome da bexiga urinária hiperativa
neurogênica causada, principalmente, pela hiperatividade do músculo detrusor da
bexiga.
Processo de micção
Quando a
bexiga enche, os seus receptores muscarínicos conduzem essa informação, através
do nervo pélvico, para o sistema nervoso (SN). Em seguida o SN envia um
estímulo que provoca a contração do músculo detrusor. A contração desse músculo
provoca o processo de micção. Esse processo ficará alterado quando o detrusor
(músculo da bexiga) sofrer de hiperatividade.
Como ocorre a hiperatividade do
detrusor?
A hiperatividade desse músculo é
caracterizada pela contração não-inibida de forma abrupta e involuntária. Nessa patologia, os receptores
muscarínicos da bexiga estão muito excitáveis. Quando os receptores detectam um
pouco de pressão o paciente sente a necessidade de urinar mesmo com pouca
quantidade de urina armazenada. Em resposta, o detrusor contrai de maneira
intensa e o paciente perde urina com maior facilidade.
Atuação da eletroterapia
na neuromodulação da bexiga
Os nervos
tibial posterior e pélvico são ramos provenientes do mesmo nervo espinhal cujas
raízes emergem da coluna no nível de S2 a S4.
Através de
eletrodos posicionados no nervo tibial posterior e/ou na região das vértebras
S2 a S4, a eletroterapia estimula as raízes sacrais enviando, através do nervo
pélvico, estímulos que modulam os receptores muscarínicos da bexiga. O objetivo
da eletroterapia é regularizar o mecanismo fisiológico do funcionamento do
receptor e do músculo e, consequentemente, do processo miccional.
Parâmetros utilizados:
A corrente
elétrica utilizada precisa ser de baixa frequência (4 a 10 Hz) do tipo pulsada
com fluxo bidirecional e com uma duração de pulso alta (acima de 400 µs).
Referências:
- MONTEIRO, E. S.,
et al. Eletroestimulação transcutânea do nervo tibial posterior para bexiga
hiperativa neurogênica. Revista Neurociencia. 2010; 18(2): 238-243. Disponível
em: http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2010/RN1802/342%20revisao.pdf
- AVERBECK, M. A., Rios, L. A. S.; Neuromodulação Sacral para o
tratamento da Bexiga Hiperativa Idiopática Refratária. UROLOGIA ESSENCIAL V.3 N.2 JUL DEZ 2013
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