terça-feira, 17 de março de 2015

Tipos de dor e efeitos dos Recursos Terapêuticos Físicos: critérios para seleção


A dor pode ser uma verdadeira incógnita para nós, especialmente em entendermos o porquê de termos que senti-la. Baseando-se nisso criamos um questionário que visa abordar as maiores dúvidas que temos a respeito da dor.

  •  O que é a dor?

Como já sabemos a dor é uma experiência psíquica e emocional desagradável, que significa dano ao tecido ou potencial dano.
Sentir dor tem uma proposta positiva para nós e podemos dizer que existe dor fraca e dor forte?


Sim. A dor é um dos mecanismos de defesa do nosso organismo que alerta o cérebro de que a integridade do corpo pode estar em risco e ela pode ser sentida mesmo que não tenha ocorrido dano ao tecido.  A sensação de dor varia de pessoa para pessoa e está relacionada ao psíquico e ao emocional. Por exemplo, um beliscão para mim pode ser insuportável e para você não fazer tanta diferença.


  • Quais os tipos de dor que podemos sentir?

A dor aguda é caracterizada por uma sensação intensa, imediata, breve, desagradável e de possível localização. O estimulo da dor aguda é conduzido preferencialmente pelas fibras A-delta, que é uma fibra de condução rápida, que levam este estimulo para as células T (localizada na medula espinhal), que responde na forma de proteção reflexa, ou seja, para tirarmos o corpo da ameaça.
A dor persistente é caracterizada por fatores químicos e físicos e a sua intensidade é mediana, ou seja, nem tão fraca nem tão forte, por exemplo, edema com compressão de nervos. As suas causas geralmente são por erros de diagnósticos, problemas físicos, e tratamento inadequado.
A dor crônica é caracterizada por uma dor de baixa intensidade que dura mais tempo que lesão tecidual, ou seja, a lesão cicatriza e a dor permanece. Ela é persistente e de difícil localização, são conduzidas preferencialmente pelas fibras C, que é uma fibra de condução lenta, que levam o estimulo para as células T, porém como ela e de difícil localização e baixa intensidade. Ela geralmente está associada a uma síndrome (varias patologias juntas) ou pode ser simplesmente a evolução de uma dor aguda.


  • Existe alguma coisa além de medicamentos que podemos fazer para melhorar a dor?

Sim. O nosso corpo possui um mecanismo de modulação de dor, chamado teoria das comportas. Você já reparou que quando você bate em algo, logo você leva a mão no local e começa a esfregar? E fazendo isto à dor diminui, não é mesmo? Pois é, quando fazemos isto, estamos ativando as fibras que captam um estimulo não doloroso, elas são chamadas de A-beta e tem uma condução tão rápida que chegam primeiro nas células T, que as fibras de dor (Fibras C e A-delta), ao chegar nela vai estimular a liberação de uma substância chamada encefalina, esta substância tem efeito analgésico no nosso corpo e vai atuar diminuído a dor, porém o  seu efeito é de curta duração no nosso organismo. Para que esse efeito seja mais prolongado temos que ter um estimulo mais intenso, que vai ser levado para o núcleo da rafe (localizado no nosso tronco encefálico) estimulando a liberação de serotonina, que tem a função de prolongar o efeito da encefalina no nosso corpo. Existe também uma forma de prolongarmos ainda mais este efeito no nosso corpo, se fizermos um estimulo não doloroso tão forte que chegue ao tálamo (localizado no cérebro) vai ser estimulado a liberação dos opioides endógenos, conhecidos como endorfina e distrofina, que vão causar o aumento da produção e o prolongamento da serotonina, levando a uma ação mais duradoura da encefalina. Esse efeito analgésico pode durar de 8 a 12 horas.


  •  Recursos terapêuticos  podem atuar na diminuição da dor?

Sim. Cada recurso atua de uma forma sobre a dor, mais todos com o mesmo objetivo: diminuição ou até mesmo ausência total de dor.
Por exemplo:
A eletroterapia  pode simplesmente “mascarar” a dor ou fazer o corpo liberar os opiáceos endógenos (endorfina e distrofina). Os principais parâmetros a serem considerados  na eletroterapia para controle de dor são: a duração de pulso, a frequência e a amplitude do pulso, pois é a partir deles que vamos conseguir o estímulo ideal para promover o efeito analgésico.
O ultrassom pode controlar a dor pelo efeito direto que a energia exerce sobre o sistema nervoso periférico ou o controle da dor pode ser o resultado de outros efeitos que a aplicação de ultrassom vai gerar, são eles: o aumento do fluxo sanguíneo e a permeabilidade capilar que elevam a liberação de oxigênio na área hipóxica (sem oxigênio), reduzindo a atividade dos receptores quimiossensiveis.
Compressas Frias: Ela reduz a velocidade da condução nervosa, reduz também a transmissão e percepção da dor.
Compressas Quentes: o Aumento da circulação para a área diminui a congestão (acúmulo de sangue na área) permitindo que o oxigênio seja fornecido para as células em hipoxia e também ajuda a remover as substâncias químicas que ocasionam a dor. O Aumento da temperatura também leva a um estado de analgesia e de sedação da área traumatizada.