segunda-feira, 20 de maio de 2013

Fotobiomodulação para tratamento de traumas mamilares

Um estudo piloto, randomizado e controlado, foi efetuado para avaliar a eficácia da fototerapia no tratamento de fissura e rachaduras mamilares. Quatro mulheres puérperas com diagnóstico médico de lesões mamilares bilateral, de 18 a 35 anos foram aleatoriamente divididas em dois grupos, controle e experimental, e acompanhadas por 6 semanas. O grupo controle recebeu orientações sobre os cuidados com as mamas e técnicas adequadas para a amamentação, enquanto o grupo experimental recebeu as orientações e aplicações fototerápicas de um dispositivo desenvolvido utilizando LEDs (diodos emissores de luz), acoplados a uma peça ajustada ao formato da mama. O tratamento foi realizado três vezes na semana, utilizando comprimento de onda infravermelho, de 4 J/cm² e tempo de aplicação de 10 minutos/sessão.
Foi verificada a diminuição da dor nos dois grupos. O grupo controle obteve a cicatrização completa de 50% das lesões e as demais reduziram de tamanho, já no grupo experimental houve a cicatrização de 100% das feridas, comprovando a eficácia do tratamento. 
Este estudo, apesar de ter uma amostra pequena, serve de base para outros estudos maiores já que mostra a eficácia da fototerapia para tratamento de lesões mamilares, promovendo, além da cicatrização tecidual, a analgesia. É um trabalho de grande importância já que estas lesões acarretam problemas tanto para a mãe quanto para o bebê, podendo provocar o desmame precoce. Este é um grande passo para o tratamento das fissuras e rachaduras mamárias. Para maiores informações leiam o artigo completo. 

Fonte: Fotobiomodulação como uma nova abordagem para tratamento de traumas mamilares: um estudo piloto, randomizado e controlado. Angélica Araújo et al. Fisioterapia Brasil, volume 14, número 1, janeiro/fevereiro de 2013.

Carboxiterapia: usar ou não?

A carboxiterapia é um recurso que utiliza do Gás Dióxido de Carbono (CO2) para uso terapêutico. Este gás é aplicado por via subcutânea e seu mecanismo de ação se baseia em uma inflamação após a injeção do CO2. Essa técnica foi utilizada a primeira vez em 1932, na estação termal de Spy de Royat, na França, por portadores de arteriopatias periféricas. Os pacientes eram submetidos a banhos secos ou imersão em água carbonada. Em 1953, o cardiologista Jean Baptiste Romuef publicou resultados sobre o uso terapêutico por via subcutânea. Depois a técnica caiu no esquecimento por quatro décadas. Foi redescoberta em 1980 e 1990, sendo utilizado na cirurgia vascular. 
Atualmente este recurso é vendido como indicação para vários tratamentos, sendo: redução de estrias, celulite (lipodistrofiaglinóide), flacidez, cicatrizes inestéticas e o principal deles, a lipólise. Apesar de ser um recurso muito popularmente difundido no meio da fisioterapia Dermato-Funcional, não existem muitos trabalhos de alta qualidade metodológica sobre o assunto. É necessário que o profissional tenha uma visão crítica ao realizar o estudo dos artigos para basear sua prática. 
A falta de estudos na área faz com que o profissional Fisioterapeuta tenha o papel de qualificar ou desqualificar um método ou terapia; as decisões se baseiam cada dia mais em princípios fisiopatológicos de raciocínio lógico, observação pessoal e intuição, o que é chamado pelos autores do artigo “Carboxiterapia: buscando evidências para aplicação em cirurgia plástica e dermatologia”1 como “experiência do clínico”. 
Portanto, podemos concluir que apesar da grade utilização deste recurso, não há uma fonte segura para afirmar a eficácia deste método. Estudos de boa qualidade, incluindo sempre uma boa metodologia, devem ser realizados para que possam ser otimizados os benefícios e minimizados os riscos da carboxiterapia. 

1. Ferreira LM, Silva EK, Jaimovich CA, Et al. Carboxiterapia: buscando evidências para aplicação em cirurgia plástica e dermatologia - editorial. Rev. Bras. de Cir. Plást. Vol. 27 no.3 São Paulo July/Sept.2012. p. 350-351 



Fonoforese: modalidade pulsada ou contínua???


Fonoforese é uma técnica que facilita a penetração cutânea de fármacos através da energia ultrassônica, utilizando como meio de contato entre o cabeçote do aparelho e a pele, um fármaco em meio aquoso. Para o paciente, é uma forma de se evitar efeitos colaterais sistêmicos, uma vez que a droga empregada age no localmente, evitando desordens gastrintestinais, medo e dor quando comparado a outras formas de administração de medicamentos.
É um recurso bastante usado na fisioterapia, principalmente nas áreas de ortopedia e dermatofuncional. Os primeiros relatos sobre a fonoforese foram descritos por Fellingner e Schmid em 1954, no tratamento de poliartrites da mão, utilizando hidrocortisona como agente acoplador. Porém, até o momento não há um consenso acerca do uso do ultrassom na modalidade pulsada ou contínua para a realização da fonoforese. Cameron e Manroe (1993) relatam que o modo contínuo é preferível para fonoforese em razão de que o tempo constante interage melhor com a droga e o tecido alvo. Já para Olsson et al. (2003), o modo pulsado é a melhor opção. Resultados positivos, são entretanto, observados com os dois modos de aplicação.
Diante disso, cabe ao fisioterapeuta ter um bom conhecimento sobre a técnica e estabelecer adequadamente o objetivo do tratamento para que a eficácia do tratamento possa ser avaliada e, caso necessário, ajustada.

ULTRASSOM TERAPÊUTICO


O ultrassom é um recurso amplamente empregado nas afecções do sistema musculoesquelético, visando principalmente ao controle dos sinais e dos sintomas inflamatórios, o estímulo à fibroplasia e à osteogênese e à modulação da dor. Os benefícios induzidos por esse recurso são decorrentes de suas ações térmicas e não térmicas nos tecidos. Tradicionalmente, esses efeitos são considerados separadamente, embora ambos possam ocorrer em todas as aplicações do ultrassom.
Os efeitos térmicos do ultrassom, incluindo aceleração do metabolismo, alteração da velocidade de condução nervosa, aumento do fluxo sanguíneo e da extensibilidade de tecidos moles, redução ou controle da dor e do espasmo muscular, são os mesmos obtidos com outras modalidades de aquecimento; porém as estruturas-alvo do aquecimento (tecidos ricos em proteínas, principalmente colágeno) são diferentes. Os efeitos atérmicos resultam de eventos mecânicos (cavitação, correntes acústicas e microfluxo) produzidos pela passagem da onda sonora nos tecidos e estão relacionados: 1) ao aumento da permeabilidade da pele e da membrana celular; 2) ao aumento dos níveis de cálcio intracelula; 3) ao aumento da síntese protéica e da atividade de fibroblastos e condrócitos e 4) ao aumento da degranulação de mastócitos e da atividade dos macrófagos.
Os benefícios supracitados são, entretanto, dependentes dos parâmetros utilizados para aplicação do ultrassom, principalmente da densidade de potência. Variáveis como o tamanho da área a ser tratada, diferenças teciduais, duração da aplicação e o objetivo da conduta terapêutica também devem ser considerados.