quarta-feira, 20 de março de 2013

Eletroterapia e a Fisioterapia


A eletroterapia é um recurso físico muito utilizado na fisioterapia para o tratamento de vários distúrbios cinéticos funcionais. É indicada para auxiliar a redução de edema, promover controle da dor, estimular a cicatrização tecidual, iontoforese (facilita a penetração de fármacos nos tecidos) e promover  a concentração muscular (tanto em músculos inervados quanto denervados) visando a manutenção do trofismo, o ganho de força, a manutenção da ADM e auxiliar o treino funcional.
As correntes utilizadas nos tratamentos fisioterápicos são aplicadas aos tecidos através de eletrodos (de superfície, invasivos ou intracavitários). A escolha do tipo de eletrodo a ser usado depende do tipo e das características da corrente a ser aplicada, do objetivo da intervenção e do local (tecido alvo) do tratamento. Independente do tipo de eletrodo a ser usado, a qualidade do mesmo é fundamental para que o tratamento possa ser conduzido de maneira segura e eficaz. 

Perigo!!!


A aplicação de correntes elétricas não estão isentos de riscos. Para nunca esquecermos disso, segue uma lista das principais contraindicações e precauções ao uso da eletroterapia:

CONTRAINDICAÇÕES
1- Região cardíaca, em especial de indivíduos que possuam marca-passo cardíaco ou arritmias instáveis: a estimulação elétrica pode interferir no funcionamento do marca-passo e alterar a frequência cardíaca, bem como agravar uma arritmia instável.
2- Região dos seios carotídeos (áreas anterior ou lateral do pescoço): a estimulação elétrica destas áreas pode induzir a uma rápida queda na pressão arterial e na frequência cardíaca, podendo levar o indivíduo a síncope.
3- Região de trombose arterial ou venosa e tromboflebite: a estimulação elétrica pode aumentar a circulação local, aumentando o risco de tromboembolismo.
4- Gravidez: e estimulação elétrica não deve ser aplicada na região do útero gravídico uma vez que os efeitos da mesma sobre o desenvolvimento fetal não estão determinados.
5- Tumor maligno: a estimulação elétrica pode intensificar o crescimento tecidual e, portanto, não deve ser aplicada em qualquer área do corpo de um paciente com malignidade (devido a possível metástase). Exceção se faz ao uso da estimulação elétrica para o controle da dor (melhor qualidade de vida), onde os riscos-benefícios deverão ser avaliados.

PRECAUÇÕES
1- Doença cardíaca (infarto do miocárdio): monitorar a frequência cardíaca e a pressão arterial antes, durante e após a eletroterapia. Definir os objetivos da intervenção e ter cautelas com o uso da corrente elétrica principalmente quando essa for usada para promover contração muscular.
2- Comprometimentos da cognição e da sensibilidade (principalmente com as correntes que possuem fluxo unidirecional e longa duração de pulso).
3- Áreas de irritação da pele ou de feridas abertas (exceto se a corrente elétrica estiver sendo usada com a finalidade de promover o fechamento da ferida): a pele lesionada apresenta menor impedância e menos sensibilidade que a intacta e isso pode contribuir para que demasiada corrente seja distribuída na área e agravar (ou gerar) a lesão.

Efeitos da estimulação elétrica transcutânea no trabalho de parto



O trabalho de parto, além de ser um processo fisiológico e natural que traz grandes felicidades a família, resulta em uma dor intensa para muitas mulheres. Essa dor representa uma experiência desagradável para as mães, além de desencadear uma série de respostas fisiológicas que podem ser danosas ao bebê.
Diversos métodos, tanto farmacológicos como não farmacológicos, encontram-se disponíveis atualmente para o controle da dor durante o trabalho de parto. Dentre os vários recursos utilizados, a estimulação elétrica transcutânea (EET) desponta como opção interessante, sendo um método seguro, de baixo custo e isento de efeitos colaterais para o binômio materno fetal. Através da EET é possível diminuir as sensações dolorosas nas fases iniciais do trabalho de parto, proporcionando analgesia e retardando a necessidade da utilização de métodos farmacológicos. Isto contribui para que o tempo de exposição da mãe e do feto aos fármacos utilizados normalmente para o alivio de dor seja menor, evitando efeitos indesejáveis e promovendo um maior conforto para paciente. Esses benefícios são, contudo, dependentes do ajuste adequado dos parâmetros do gerador de corrente elétrica. A intensidade da dor e o objetivo da intervenção (efeitos imediato, a curto ou a longo prazos) são pontos importantes a serem considerados para a seleção dos parâmetros.