sexta-feira, 15 de março de 2013

Existe diferença entre o “material” condutor utilizado na eletroterapia e o resultado final esperado em cada sessão???


Sabe-se que para se ter um resultado eficaz e seguro com os tratamentos eletroterapêuticos é necessário conhecer as características e as especificações do aparelho de eletroterapia e de seus acessórios. Por estabelecer o contato entre a superfície do eletrodo e a pele do paciente, o “material condutor”, ou melhor, o agente de acoplamento, merece uma atenção maior durante a sua escolha. A seleção errônea desse material pode provocar desconforto no paciente e também alterar negativamente a resistência elétrica na interface eletrodo-pele.
Será então, que existe diferença entre utilizar gel, solução fisiológica, água desionizada ou destilada? No estudo realizado por Bolfe e Guirro (2009) foi verificado que os valores de resistência elétrica dos géis são eficientes na transmissão de corrente elétrica desde que eles abranjam em sua composição um ou mais agentes ionizantes. O que vai diferenciar na condução é a concentração desses componentes ionizantes, uma vez que quanto maior for a quantidade de íons, menor a oposição ao fluxo elétrico. Percebeu-se também que em correntes do tipo bifásica há manutenção dos valores de resistência dos géis durante a estimulação. Já em correntes contínuas, por apresentarem uma transmissão ininterrupta e unidirecional (acelerando a eletrolise), há uma variação dos valores das resistências. Nesse mesmo estudo, ficou comprovado que a solução fisiológica, por apresentar uma grande concentração de íons, o tempo estipulado de 30 minutos não foi suficiente para alterar sua resistência. A mesma ausência de variação foi percebida quando se analisou a água deionizada.
Dessa forma, a finalidade do tratamento e o tipo de eletrodo utilizado vai interferir na escolha do “material” de acoplamento a ser escolhido. Ou seja, quando se utilizar de esponjas, é indicado que se utilize de solução fisiológica para umedecê-las e é contra indicado a utilização de água deionizada e destilada, a menos que se queira usufruir da repulsão iônica proporcionada por esses agentes.
Cabe agora, a você fisioterapeuta, utilizar da melhor estratégia de acordo com o objetivo do tratamento de seu paciente.